ATENÇÃO: Os textos abaixo são de autoria do Pe. Antônio Carlos D'Elboux. A reprodução de qualquer um deles deverá ser acompanhado da "fonte" ou "caminho" onde encontra-se o texto publicado.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Pastor Inquieto

Li um livro, da Editora Vozes, chamado “Pastor Inquieto, trajetória de um coração”, escrito pelo Franciscano que foi bispo da diocese mineira de Teófilo Otoni, Dom Quirino Adolfo Schmitz, que já faleceu. É um livro que fala da vida do autor, principalmente de seu contato com o povo na diocese da qual foi o primeiro pastor. É uma leitura que mostra a grande paixão de Dom Quirino pelo seu rebanho. Tive a alegria de conversar várias vezes com Dom Quirino, um homem de Deus muito ligado ao povo e com o qual a gente aprende muita coisa. Estamos no mês vocacional é sua vida é exemplo para os padres e seminaristas.
 
O livro é cheio de fatos envolvendo Dom Quirino. Vou falar de três deles. Um dia em uma pequena cidade na Rio-Bahia, não tendo um lugar para hospedar o Bispo, resolveram emprestar uma casa de prostituição para o Bispo e o Pároco dormirem durante a Visita Pastoral, mandando que as prostitutas desaparecessem do lugar. O ruim é que em plena meia-noite, alguém bateu na casa atrás de uma prostituta. Bem mais tarde, é que o Bispo ficou sabendo onde fora levado para se hospedar.
 
Durante a Revolução, iniciada em 1964, Dom Quirino foi acusado por militares de ser o chefe comunista do clero mineiro e inventaram muitas coisas falsas sobre ele. Uma delas, publicada em um jornal de Belo Horizonte, era que Dom Quirino fora visto em um restaurante acompanhado de um bela jovem, insinuando que o Bispo não era celibatário. Na realidade, Dom Quirino, o motorista e a cozinheira estiveram em um restaurante da cidade almoçando, mas a cozinheira do Bispo era idosa, analfabeta e sem qualquer beleza física.
 
Ainda durante a Revolução, conversando Dom Quirino com militares contou-lhes uma história de que fora dada ordem de prisão para dois subversivos, muito procurado pelos militares e que deviam ser muito importantes, pois em quase todas as reuniões de base se falavam sobre eles.  Também eles deviam ser bem preparados; por isso alguns militares procuravam prender o Professor Medellin e a esposa dele a Professora Puebla!
 
Para quem não sabe, Medellin é o nome do documento, preparado pelos bispos da América Latina, na cidade colombiana que lhe deu o nome e na qual foi realizada a reunião dos Bispos em 1968, com a presença do Papa Paulo VI, e onde procuraram aplicar os ensinamentos do Concílio Vaticano II à realidade da América Latina, e Puebla, o documento feito na cidade mexicana do mesmo nome, onde foi realizada outra reunião dos Bispos da América Latina, com a presença do Papa João Paulo II, e onde se fez a opção clara da Igreja Católica pelos jovens e pelos pobres.

Padrinhos de casamento

Creio que a escolha dos padrinhos de casamento religioso merece uma reflexão. Há pessoas, e geralmente aquelas que pouco freqüentam a igreja, que levam para seu casamento mais de meia dúzia de casais como padrinhos. Não entendo a razão disso tudo. Será interesse por presentes?

Talvez você também conheça pessoas que mobiliaram e proveram a casa somente às custas dos padrinhos. Até listas de presentes foram feitas a fim que não houvessem presentes repetidos! Ou será que para fazer uma cerimônia diferente, badalada, querem utilizar pessoas como enfeites? Pensam que seja bonito ter um amontoado de padrinhos perto do altar, onde se realiza a cerimônia. A pior degradação para o ser humano é considerá-lo como objeto, como coisa.

Para o casamento religioso são necessários apenas dois padrinhos, um para o noivo e outro para a noiva. Que alguém leve dois ou até três casais de padrinhos para cada lado é tolerável, porém mais do que isso, parece-me exagero.

Se os noivos entendem o valor do matrimônio cristão, pouco se importariam com os aspectos puramente sociais: muitas flores, roupas caríssimas, vários padrinhos, coral especial... É necessária a atenção daqueles que vão casar ou dos que trabalham neste setor para  o que tem valor: o encontro sacramental deles na presença do representante de Cristo e da Igreja e com a participação da comunidade.

Há pessoas que tiveram a mais bonita cerimônia de casamento, onde se esbanjaram padrinhos e enfeites, mas hoje se encontram separadas. Tinha sido o casamento do ano! De outro lado, há pessoas que nem festa puderam ter e, apesar disso, continuam exemplos constantes de vida de amor.

Não são as pompas que determinam a felicidade ou infelicidade da vida conjugal. Não se pode generalizar. Cada estado, cada região, tem suas características. Os bispos e padres estabelecem as linhas de ação em seus respectivos territórios. Você que vai casar, é bom saber com antecedência essas diretrizes. Qual o seu parecer sobre isso tudo?

Para ser padrinho de casamento, ao contrário dos padrinhos de batismo, não é necessário que os escolhidos sejam católicos e nem mesmo cristãos. É preciso, isto sem, que sejam pessoas de palavra, pessoas que possam ser testemunhas. Seria bom, porém, uma reflexão sobre isso também. Não seria melhor se os padrinhos de casamento religioso fossem pessoas comprometidas com a Igreja, pessoas que, com sua vida familiar e cristã, possam servir de apoio e de exemplo?

Os jovens e a Igreja Católica

Quando o ser humano conseguiu grande desenvolvimento nos vários setores da vida terrestre, poderia parecer que ele, em sua totalidade, voltaria seus ideais para as realidades materiais, esquecendo-se de Deus. Verifica-se, no entanto, que, justamente nesta época, mais do que nunca, há uma grande procura desse mesmo Deus, notadamente na juventude. Como exemplo, a Jornada Mundial da Juventude, que está se realizando nestes dias em Madrid, na Espanha, com a participação de mais de um milhão de jovens do mundo inteiro, dos quais mais de quinze mil brasileiros.
 
Os jovens procuram conhecer melhor uma saída espiritual para suas dúvidas e ansiedades, buscando as Sagradas Escrituras, as religiões, a Igreja Católica. Os jovens sentem, em maior proporção, que sem Deus sua vida torna-se vazia e não corresponde à missão de deixar um mundo melhor para os pósteros. A juventude deseja participar da vida social, tendo um lugar ativo na sociedade. Não pretende ficar inerte. Quer ter responsabilidade. Não deseja apenas receber passivamente o fruto do trabalho alheio, mas quer dar do seu esforço, participando assim da sua própria formação.
 
Os jovens querem ser “os primeiros e imediatos apóstolos da juventude”, como disse o Concílio Vaticano II no decreto sobre o trabalho dos leigos. Para isso os jovens desejam saber da Igreja Católica o sentido e a finalidade da vida; o que é o bem e o pecado; donde provém o sofrimento e para que serve; qual o caminho para alcançar a verdadeira felicidade; o que é a morte o juízo; qual o mistério que envolve nossa existência; e tudo isso com palavras simples e claras. Por isso, os agentes de pastoral que trabalham com os jovens devem ter claro essas tentativas de respostas
 
A juventude anseia pela verdade e espera encontrá-la na Igreja, a quem pede que lhe ajude a resolver seus problemas, dando-lhe convicção naquilo que lhe ensina. Os jovens querem encontrar na Igreja a mãe que os anima, exorta e dirige, a fim de que possam levar a todos o amor e a coragem, provenientes do Evangelho de Jesus Cristo. Também nas celebrações da Igreja Católica, os jovens desejam participar ativamente, e com todo o coração, manifestando à sua maneira o seu louvor a Deus, mesmo se com muito barulho, mas carregados de alegria e esperança.
 
A juventude é o tempo em que se faz os planos do futuro que, na medida da maior união com Deus, se tornam difíceis de desabá-los. Tal o valor da presença de Deus na juventude que sente mais necessidade das luzes e bênçãos do Pai, livrando-os das drogas, da promiscuidade, da falta de opção de estudo e de trabalho, do egoísmo e do individualismo. Compreender os jovens é missão de todos na Igreja Católica. Nossos Bispos, em Puebla, no México, em 1979, fizeram um opção preferencial pelos jovens, que precisam ter vez e voz também dentro de nossas comunidades.

Beato Papa João XXIII

Em 03 de setembro de 2000, o Papa João Paulo II beatificou o Papa João XXIII, conhecido como o “Papa Bom”. O milagre pela intercessão de João XXIII foi em favor de uma freira italiana, desenganada pelos médicos e cujos familiares já estavam preparando o túmulo. João XXIII, cujo nome era Ângelo José Roncalli, nasceu na Itália, em Sotto il Monte, em 25 de novembro de 1881, filho de camponeses. Estudou nos Seminários de Bérgamo e de Roma e foi ordenado padre em 10 de agosto de 1904.

Foi Secretário do Bispo de Bérgamo e Capelão Militar durante a Primeira Grande Guerra. Em 1921 foi trabalhar em Roma na Congregação da Propagação da Fé, sendo eleito Arcebispo e nomeado Visitador Apostólico na Bulgária em 1925. Em 1934 foi Delegado Apostólico na Turquia e na Grécia. Em 1944 foi Núncio Apostólico na França e observador permanente da Santa Sé na Unesco. Em 12 de janeiro de1953 foi criado Cardeal pelo Papa Pio XII e nomeado Patriarca de Veneza.

Em 28 de outubro de 1958, foi eleito papa com praticamente 77 anos de idade. Sua eleição foi interpretada como um “papa de transição”. Convocou o Concílio Vaticano II para arejar a Igreja Católica, adaptando-a aos novos tempos. Visitou hospitais e presídios. Escreveu oito encíclicas, das quais duas se destacam: Mater et Magistra (Mãe e Mestra) sobre problemas sociais, e Pacem in Terris (Paz na Terra) sobre as condições para a paz. Faleceu em 3 de junho de 1963.

O Beato Papa João XXIII em sua vida ensinou muitas coisas, mas a principal foi mostrar que vale a pena lutar pela paz e pela justiça, sendo bondoso para com todos. Era um homem gordo e aparentemente bonachão, que quebrou muitas regras do protocolo imposto ao Papa, como conversar com um jardineiro e convidá-lo para almoçar com ele; balançar na sede gestatória e insistir que não o carregassem; receber uma menina americana, portadora de doença incurável, que, antes de morrer, queria ver o Papa.

Dom Aníger Melillo

Após a renúncia de Dom Ernesto de Paula como primeiro Bispo Diocesano de Piracicaba, o Papa João XXIII nomeou para sucedê-lo, em 29 de maio de 1960, o então Cônego Aníger Francisco de Maria Melillo, Pároco em Iracemápolis, na época pertencente à Arquidiocese de Campinas. Dom Aníger nasceu em Campinas, aos 27 de junho de 1911, filho do Dr. Vicente Melillo e de dona Regina Morati Melillo. Seus estudos foram feitos em Campinas e no Seminário Central do Ipiranga em São Paulo. Foi ordenado padre, na Catedral de Campinas, aos 31/12/1933, por Dom Francisco de Campos Barreto. Foi Vigário Cooperador da Matriz do Carmo em Campinas por três anos. Entre 1937 e 1940 foi Coadjutor de Mons. Manoel Francisco Rosa na antiga Matriz de Piracicaba. Foi Professor e Reitor do Seminário Diocesano de Campinas.

Sua Ordenação Episcopal aconteceu em Campinas, aos 29 de junho de 1960. O lema episcopal escolhido por Dom Aníger foi: “Omnes unum sint” (Que todos sejam um). A tomada de posse como segundo Bispo Diocesano de Piracicaba deu-se em 15 de agosto de 1960. Dom Aníger estimulou os movimentos leigos, notadamente os Focolares e os Cursilhos de Cristandade; criou a Faculdade de Serviço Social (1963), o Colégio “Comercial Imaculada Conceição” e o Cemitério Parque da Ressurreição (1971). Visitou muitas vezes os quinze municípios que compõem a Diocese de Piracicaba, animando a caminhada dos diocesanos. Reformou e ampliou as instalações da casa de campo dos seminaristas, no bairro Nova Suíça, transformando-a no novo Seminário Diocesano que, a partir de 1966, passou a abrigar o Centro Diocesano de Formação e hoje recebe os alunos do Seminario Propedeutico.

Durante o período da ditadura militar, em 21 de setembro de 1966, Dom Aníger marchou à frente das forças vivas na defesa dos princípios democráticos, em Piracicaba, e no dia seguinte, em Rio Claro. Ele também dinamizou o trabalho pastoral diocesano na linha do Plano de Emergência da CNBB. Em 1967 dividiu a Diocese em três regiões pastorais: Piracicaba, Rio Claro e Capivari. Teve a alegria de poder ordenar padre, a pedido do Cardeal Dom Agnelo Rossi, Arcebispo de São Paulo, seu próprio pai, o advogado Vicente Melillo, viuvo e com 83 anos. Dom Aníger ficou conhecido nacionalmente como “Defensor da família”, pela sua luta intransigente contra a legalização do divórcio. Pelo grande incentivo ao Movimento dos Cursilhos de Cristandade, em 1968, Dom Aníger tornou-se Diretor Espiritual do Secretariado Nacional. Em seu governo pastoral ordenou catorze padres para a Diocese e criou treze paróquias, sendo seis em Piracicaba.

Estando com saúde frágil, Dom Aníger solicitou um Bispo Auxiliar, recaindo a escolha pontifícia em Dom Eduardo Koaik, até então Bispo Auxiliar do Arcebispo do Rio de Janeiro, que assumiu, em 28 de fevereiro de 1980, como Bispo Coadjutor. Em 11 de janeiro de 1984 a Santa Sé aceitou o pedido de renúncia de Dom Aníger ao cargo de Bispo Diocesano de Piracicaba, indo ele morar em São Paulo, onde cuidava da saúde e atendia freqüentemente confissões na Catedral Metropolitana. Faleceu em 17 de abril de 1985, no Instituto do Coração, em São Paulo, aos 74 anos de idade. Seu corpo foi transportado para Piracicaba, sendo velado por uma grande multidão na Catedral de Santo Antonio, em cuja cripta foi sepultado, após a Missa Exequial presidida por Dom Paulo Evaristo Arns, Cardeal-Arcebispo de São Paulo, e concelebrada por muitos Bispos e Padres. Dom Aniger e nome de uma escola estadual em Piracicaba, no Bairro Bosques do Lenheiro, e de ruas em varias cidades da Diocese de Piracicaba.

Aparições de Nossa Senhora

Em 22 de maio de 2011 foi beatificada a Irmã Dulce da Bahia, a mãe dos pobres que fez uma obra social muito grande. Irmã Dulce era muito devota de Nossa Senhora. A devoção a Nossa Senhora está espalhada em todo o mundo. O Santuário de Nossa Senhora Aparecida, a querida madroeira do Brasil, recebe mais de sete milhões de pessoas por ano. Nossa Senhora apareceu em Portugal, em Fátima, na França, em Lourdes e em La Salette, no México, em Guadalupe, e mais recentemente na antiga Iusgoslávia, em Medjugorje. Tive a alegria de visitar vários santuários marianos e, fique bem claro, considero-me devoto de Nossa Senhora.

O apelo dos santuários marianos deve ser levar as pessoas até Jesus. Sei, porém, que o terreno onde escrevo é perigoso, pois muitas pessoas não conhecem o chamado “depósito da fé”. Tudo quanto precisamos para nossa salvação está contido na Bíblia Sagrada e a revelação de Jesus se encerrou com a morte do último apóstolo. Nenhuma aparição de Nossa Senhora é dogma de fé. Por isso, não somos obrigados a aceitar qualquer aparição de Maria, mesmo a mais comprovada cientificamente. Para uma pessoa desavisada, mais ligada à emoção que à razão, o que afirmo pode parecer heresia, mas é puro ensinamento da Igreja Católica.

Nossa Senhora é um ser privilegiado por Deus. Ela é a Mãe de Jesus, nosso Deus que se fez ser humano. Mas Nossa Senhora não é deusa. Nós a veneramos de modo especial porque foi o ser humano que mais se colocou à disposição do plano de Deus sobre ela. Nisso que Maria Santíssima é exemplo para todos nós: fazermos a vontade de Deus, colocando-nos dia-a-dia no caminho da conversão e da santidade desejadas por Deus para todos. Maria é aquela que nos apresenta e nos leva até Jesus, aquele que deu a própria vida para nossa salvação. Maria é a querida mãe que sempre intercede por nós junto a Deus.

É interessante observarmos que os próprios Evangelhos falam muito pouco sobre Nossa Senhora. O mais importante é sempre Jesus, que é o centro da Bíblia Sagrada. É certo que o catolicismo popular não é muito exigente em proposições de fé e fica mais voltado ao miraculoso, ao espetacular. Quanto mais avançam os estudos científicos, menos milagres são constatados. Daí a prudência grande de nossa Igreja em incentivar certas aparições. Se esta ou aquela aparição mariana servir para o nosso crescimento espiritual, temos liberdade em aceitá-la ou não, mas não podemos impô-la aos demais, quase que divinizando Nossa Senhora.               

Nossa Senhora e os Católicos - I

Os Evangelhos nos falam sobre Maria Santíssima. Logo nos inícios são descritas a Anunciação de Jesus a Nossa Senhora; a visita de Maria à sua prima Isabel para o nascimento de São João Batista; a viagem até Belém para o recenseamento; o nascimento de Jesus em uma gruta, no meio de pastores; a apresentação de Jesus ao Templo; e o encontro de Maria com Jesus, que discutia com os doutores da Lei. Depois, na vida adulta de Jesus, mostram Nossa Senhora intercedendo na festa do casamento em Caná da Galiléia; a visita de Nossa Senhora com alguns discípulos, quando Jesus nos fala que sua mãe e seus irmãos são todos os que praticam a Palavra de Deus; e no Calvário, aos pés da Cruz, quando Jesus entrega a humanidade à Maria, como mãe, e todos nós a ela como filhos.

Nos Atos dos Apóstolos, Nossa Senhora aparece reunida com os Apóstolos por ocasião da vinda do Espírito Santo. Nos descritos de São Paulo, Nossa Senhora é mencionada indiretamente na carta aos Gálatas. No Apocalipse temos descrições atribuídas à Nossa Senhora. Várias profecias no Velho Testamento falam sobre a Virgem que dará à luz o Filho de Deus. Estou citando fontes bíblicas para afirmar que Nossa Senhora tem tradição bíblica e foi uma pessoa histórica que viveu na Palestina. A Bíblia Sagrada, seja católica ou evangélica, nos fala de Maria, a Virgem de Nazaré, casada com José, o homem justo. Não só os católicos, mas também os demais cristãos conhecem e aceitam que Maria foi a escolhida por Deus para ser a mãe do seu Filho, Jesus Cristo.

Uma acusação que é feita para nós católicos por alguns irmãos não católicos é que adoramos Nossa Senhora. O que não é verdade. Somente Deus deve ser adorado. E todas as pessoas deveríamos só a Ele adorar, mas a história tem exemplos de pessoas que substituem o Deus verdadeiro pelo dinheiro, pelo sexo, pela posição social ou por tantos outros falsos deuses. Não há um ensinamento de qualquer Papa ou Bispo para os católicos adorarem Nossa Senhora. Nossa Senhora é importantíssima para nós porque foi o ser humano mais fiel aos planos de Deus, no que ela é modelo para todos os adoradores do Deus vivo.

Dogma é uma verdade de fé declarada oficialmente pelo Papa, após muito estudo e oração, que obriga todo católico. Os dogmas marianos da maternidade divina e da virgindade de Maria têm fundamentos bíblicos. Ou se aceita a Palavra de Deus ou a rejeita. Os dogmas da Imaculada Conceição e da Assunção, este proclamado pelo Papa Pio XII em 1950 e declarando que, após sua morte, Nossa Senhora foi elevada aos céus em corpo e alma, são baseados em seu relacionamento com Jesus, na tradição e estudo de muitos teólogos.

Ser devoto de Nossa Senhora não significa deixar de lado Jesus, que é o nosso Deus feito gente e nosso Salvador. Maria é o caminho mais rápido e fácil de chegarmos a Jesus. As igrejas com seus bispos, padres, pastores e fiéis, também devem ser meio para as pessoas conhecerem e sentirem a presença de Deus em suas vidas. Para a doutrina católica (bastam ler os documentos dos Papas Paulo VI e João Paulo II sobre Nossa Senhora!) a Mãe de Jesus continuamente apresenta seu Filho para as pessoas, convidando-nos a crer no Evangelho e arrepender dos nossos pecados, trilhando o caminho da salvação que nos leva até Jesus.

Nossa Senhora e os Católicos - II


Nossa Senhora é venerada pelos católicos com os mais diversos títulos e com as mais diferentes roupas e cores. Cada povo exprime seu amor à mãe de Deus na sua maneira de ser e dentro de sua própria cultura. Não são centenas de Nossas Senhoras. É sempre a mesma Mãe de Jesus. As imagens são de gesso, madeira ou outro material, mas feitas por mãos humanas e podem ser quebradas ou partidas, pois o valor não estão nelas, apesar de várias serem artísticas. Estas imagens são apenas símbolos, representações, como podemos carregar uma fotografia de nossa mãe ou de alguma pessoa muito querida, ou como a bandeira representa a Pátria. E nenhum brasileiro que ama a nossa Pátria gostaria de ver nossa bandeira ser rasgada ou pisoteada. E todos sabemos que a bandeira não é o Brasil nem seu povo. O que realmente tem valor para nós é a Mãe de Deus e não sua imagem, que é um meio para com mais freqüência nos lembrarmos dela e principalmente de quem ela é mãe.

No Brasil, o título mais comum da Mãe de Deus é Nossa Senhora Aparecida, representada por uma antiga imagem da Imaculada Conceição achada por pescadores no Rio Paraíba. Deus pode nos falar por muitas maneiras; a própria Bíblia nos ensina que Ele se comunicou até por meio da mula de Absalão, e inclusive pode também falar através de uma pequena imagem que o tempo tornou da cor de brasileiros e brasileiras, que no decorrer da nossa história foram, e muitos continuam sendo, espezinhados e olhados com desprezo, apesar dos avanços na luta pela cidadania. O próprio Jesus usou a semente de mostarda para simbolizar a fé. Porque não podemos usar uma pequena imagem para representar nosso amor à Maria Santíssima e a nossa fé em Deus? Acredito que Nossa Senhora deva ser motivo de união entre todos os seguidores de Jesus. O que ela deseja é que seu Filho seja conhecido e amado. Um livro muito bonito de louvor à Maria foi escrito por Martinho Lutero, comentando o Magnificat. Lutero foi o fundador do Protestantismo e o tradutor do modelo de Bíblia que nossos irmãos evangélicos usam, e que tem sete livros a menos que a versão católica.

Sei de vários teólogos e pastores de diferentes igrejas evangélicas que aceitam e pregam Nossa Senhora como modelo no serviço a Deus. Apesar de nossas divisões, que é mau exemplo aos olhos do mundo, acredito nas palavras de Jesus que um dia haveremos de ser um só rebanho e um só pastor. O caminho ensinado pelo Papa João XXIII de procurar ver mais o que nos une do que aquilo que nos separa continua válido, ao menos para nós católicos, que também temos coisas para aprender de muitos evangélicos, uma das quais, só para dar um exemplo, é o estudo e a veneração da Bíblia Sagrada. Um outro caminho para todas as denominações é evitarmos atos de fanatismo religioso, com acusações maldosas e gratuitas, pois a psicologia nos ensina que é sempre sintoma de algum desequilíbrio.

Recordo-me com carinho da frase ouvida muitas vezes de um meu antigo pároco, citando São Francisco de Sales, de que se conquista mais pessoas com uma gota de mel que com um barril de fel. Testemunhar Jesus e se esforçar para viver o Evangelho é tarefa de todos os cristãos, independente de denominação religiosa. O Papa João Paulo II, grande devoto de Nossa Senhora e incontestavelmente um dos maiores líderes da atualidade, admirado também por não católicos, lançou uma encíclica apelando para a unidade dos cristãos e disposto a rediscutir o exercício da missão confiada por Jesus ao Apóstolo Pedro, do qual ele é autêntico sucessor. Colaborar para diminuir barreiras religiosas é missão de todos os que se sentem filhos de Deus e daquela que Jesus na Cruz nos deu por mãe.

Semana Santa

Com o Domingo de Ramos, quando recordamos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, iniciamos a Semana Santa, a mais importante semana do ano. Nas leituras bíblicas, utilizadas nas celebrações desta semana, revivemos os principais mistérios da nossa fé: a paixão, morte e ressurreição de Jesus. A procissão de ramos de oliveira ou de palmeira lembra os judeus aclamando Jesus como rei na cidade santa de Jerusalém e mostra-nos que todos estamos a caminho da casa do Pai.

Na Quinta-feira, vamos celebrar a instituição da Eucaristia, quando Jesus pega o pão e o vinho e fala que eles serão seu corpo e seu sangue, e a instituição do sacerdócio católico, quando Jesus diz para que façam isso em memória dele. Neste dia também Jesus dá-nos como herança o mandamento do amor, lavando os pés dos seus discípulos e ensinando-nos a fazer o mesmo entre nós.

Na Sexta-feira celebramos a paixão e morte de Jesus, o Deus que se fez um de nós. Durante sua vida terrena Jesus só fez o bem, ajudando as pessoas. Não obstante, ele é injustamente condenado, torturado e morto em uma cruz, entre bandidos. No Sermão das Sete Palavras recordamos as últimas palavras de Jesus durante sua agonia na cruz. A cruz que era sinal de condenação será, a partir da morte de Jesus, sinal de libertação. A procissão luminosa recorda a caminhada de Jesus rumo ao Calvário.

No Sábado Santo, faremos as bênçãos do fogo novo e do Círio Pascal, símbolo do Cristo ressuscitado. As leituras bíblicas recordarão para todos a história da Salvação, desde as origens até a vinda de Jesus. O canto solene do Glória mostra-nos a exaltação do ressuscitado: Jesus vence a morte e não morre mais. Também abençoaremos a água, que será aspergida em todos os participantes como sinal da bênção divina, e a água do batismo que usaremos para os batizados. Após a missa solene, abençoaremos as flores, sinais da alegria e da beleza da ressurreição.

O Domingo da Páscoa é o dia mais importante e solene da Semana Santa e de todo o ano litúrgico. Na madrugada do domingo, Jesus ressuscita e aparece aos discípulos. Sua ressurreição é garantia da nossa ressurreição. A alegria e a esperança da ressurreição devem acompanhar-nos durante todo o ano. Que todos participemos ativamente das celebrações da Semana Santa, crescendo espiritualmente e adquirindo forças para enfrentarmos as dificuldades diárias, reconhecendo que não caminhamos sozinhos, pois o Cristo Ressuscitado está entre nós.

Páscoa

Páscoa é o dia mais alegre e o mais importante do calendário cristão, pois celebramos o principal mistério da nossa fé: a ressurreição de Jesus. A maior prova da divindade de Jesus é justamente o fato dele, além de ter ressuscitado várias outras pessoas, ter ressuscitado a si próprio e para nunca mais morrer. A Páscoa cristã teve sua origem na Páscoa judaica, que celebra a passagem dos hebreus da escravidão no Egito para a Terra Prometida. Com a ressurreição de Jesus a Páscoa adquire uma nova significação. Jesus vence a morte para nunca mais morrer. A palavra páscoa significa passagem. Passagem da morte para a vida, do pecado para a graça, da escravidão para a liberdade. Passagem de uma vida sem sentido para uma vida com Deus.

Neste dia desejo a todos os votos de feliz e abençoada Páscoa, pois Jesus entregou sua vida por todos os que existiram, existem e vão existir. Feliz Páscoa da Ressurreição para os Agentes de Pastoral, incansáveis no trabalho e na dedicação às comunidades; para os jovens que estão nas drogas e também para os que exploram nossa juventude através do tráfico de entorpecentes; e para os jovens que sonham e lutam pela construção de um mundo melhor! Feliz Páscoa para os membros das diversas Igrejas Cristãs, todas que consideram Jesus como o Salvador, o que veio para chamar-nos a fazer parte da vida do Pai. Feliz Páscoa para os que não reconhecem Jesus como o Messias esperado e também para os que não acreditam em um ente superior que tudo criou e a todos ama.

Feliz Páscoa para o padeiro que nos prepara o pão cotidiano, assim como para a atendente que vende o pão para nós; para o empregado que colabora com seu trabalho na construção de uma sociedade melhor e para o empregador que dá chances de trabalho para tantas pessoas! Feliz Páscoa da Ressurreição para aquela senhora idosa que fez de sua vida uma páscoa para muitos, sendo elemento de união, de paz e de alegria na vida dos familiares. Feliz Páscoa para o vizinho chato que se julga dono da rua e que deseja sempre impor suas idéias como as melhores que as dos outros;  para a criança que acaba de nascer; para a mulher que está grávida; e para o casal de namorados que aguarda na esperança e na alegria a data do próprio casamento.

Feliz Páscoa da Ressurreição para o médico, a enfermeira, os atendentes que sempre se interessam pelo bem estar das pessoas, não fazendo delas mero objeto de lucro; para os políticos que tem como prioridade em seus trabalhos o menos favorecido e também para os corruptos a fim de que passem da prática do mal para a do bem! Feliz Páscoa para o guarda de trânsito, para o policial, o motorista de táxi, o dono do bar da esquina, para as pessoas que nos atendem nas lanchonetes e nos restaurantes; para os idosos desanimados com as mudanças ocorridas em seus planos; para os que colaboram na construção da paz nos lares e nas comunidades; e para as pessoas que desinteressadamente se doam em benefício dos outros, sendo sinais da misericórdia de Deus.

Feliz Páscoa para você e para todos os seus entes queridos! Que não percamos a oportunidade de passar do pecado para a graça de Deus, da morte para a vida plena, da escravidão dos vícios para a liberdade que proporciona paz, saúde e alegria. Que sejamos solidários na construção de um mundo melhor, menos poluido, como nos pede a Campanha da Fraternidade deste ano. Páscoa significa amor, doação, esperança e solidariedade entre nós, seguidores do Mestre  Divino. Todas as vêzes que abrimos espaço em nossas vidas para Jesus ser o senhor absoluto, estamos celebrando a Páscoa, continuação das Páscoas judaica e cristã. Esforçemo-nos, irmã e irmão, para sairmos das trevas e passarmos para a luz que ilumina e aquece nossas vidas e que se chama Jesus, caminho, verdade e vida.

A prática de ser Cristão

Ser cristão não significa apenas participar da missa semanal e demais atos litúrgicos. É algo que deve ser vivido em todos os momentos de nossa existência. Pequenos atos, como um sorriso sincero, um aperto de mão, um olhar ou uma palavra amiga podem penetrar profundamente no coração daqueles para os quais são dirigidos e também fazem parte da vida dos seguidores de Jesus. Ser cristão é esforçar-se para reproduzir em nós a vida de Cristo, que andava com várias categorias de pessoas, não se importando com suas condições sociais, mas, unicamente, com o que eles eram interiormente. Jesus a todos fazia e ensinava o bem.

Muitas vezes nós que nos dizemos cristãos procuramos receber mais do que damos e desejamos ser reconhecidos pelo que fazemos pelos outros, ainda que seja pouco. Esquecemo-nos que o amor é doação e não visa interesses. Esquecemo-nos que Cristo entregou-se à morte por nossa causa e que nos ensinou que não devemos auxiliar os outros somente com aquilo que nos é supérfluo. Ele também ensinou-nos a desapegar das vaidades terrenas e colocarmo-nos no serviço dos irmãos e das irmãs, primeiramente dos que vivem ao nosso lado, e, depois, daqueles que estão mais afastados, mas que anseiam pela nossa ajuda.

É difícil uma dedicação completa aos irmãos e às irmãs, porém ela é portadora de paz e de alegria. Pode acontecer que nosso auxílio seja interceptado pelo interesse de pessoas que fazem de seus semelhantes menos favorecidos meros objetos sobre os quais constróem e aumentam suas riquezas, frutos de humilhações e dores alheias. Não obstante, tais pessoas se dizem cristãs e, ostentosamente, apresentam-se nas igrejas para a recepção dos sacramentos. O que podemos dizer de tais pessoas? É próprio do cristão saber perdoar, como nos ensina a oração do Pai-nosso.

A Igreja quer ser uma igreja viva, atuante e formada por pessoas que não sejam cristãs por convenção ou por causa da pesquisa feita pelo IBGE quanto à religião. É cristão quem acredita em Jesus Cristo e na mensagem que ele pregou. É cristão quem está disposto a colocar todas as suas energias para cumprir o mandamento do amor, deixado por Jesus: “amai-vos uns aos outros, como eu vos amo”. Se não aprendermos a perdoar, a respeitar, a dialogar e a servir, não podemos testemunhar Jesus Cristo. Pretender ser cristão, sem dar testemunho, é furado.

A Confissão

O catecismo da Igreja Católica nos ensina que para bem se confessar são necessárias quatro ações concretas: exame de consciência, arrependimento, confissão propriamente dita e penitência.  O propósito de não mais pecar está incluído dentro do arrependimento ou contrição. O sacramento da confissão tem vários nomes: Penitência, Reconciliação, Confissão, sacramento do perdão e sacramento da conversão. Também são dois os elementos essenciais da confissão: os atos realizados pela pessoa que se converte e a absolvição do padre, em nome de Deus e da Igreja.
Por exame de consciência entendemos um questionamento sobre nossa relação com Deus, conosco mesmos, com as outras pessoas e também com a natureza. No arrependimento manifestamos nossa contrição pelos pecados cometidos e assumimos o compromisso de esforçar-nos para não mais cometê-los. A confissão propriamente dita consiste na acusação de nossos pecados diante do padre, que pode ser tanto ou mais pecador que qualquer outra pessoa e apesar disso é quem nos une novamente com o Pai. A penitência é o cumprimento de certos atos indicados pelo padre a fim de que reparemos os danos que nossos pecados causaram.
Na confissão devemos contar ao padre os pecados graves que cometemos e aqueles que ainda não os confessamos. Diante de Deus todos somos pecadores e necessitamos da misericórdia divina. Somos obrigados pelo mandamento da Igreja a confessar nossos pecados graves ao menos uma vez no ano e sempre antes de receber a Eucaristia. Os pecados chamados veniais são recomendados que sejam confessados, mas não são estritamente necessários que os confessemos. O padre é obrigado, sem exceção, a guardar segredo de todo e qualquer pecado confessado. E existem penas muito severas se o sigilo sacramental for rompido.
Na prática do dia-a-dia a gente percebe que quanto mais uma pessoa é santa, mais necessidade ela tem de se confessar com frequência. Ao contrário, quanto mais uma pessoa é pecadora, ela menos sente necessidade da confissão. Algumas pessoas alegam que não tem pecados e por isso nao confessam. Sempre respondo brincando que essas pessoas devem acrescentar ao menos mais um pecado: o da mentira. Tem também os que alegam que se confessam diretamente com Deus. A confissão foi conferida pelo Senhor Jesus que deu a sua Igreja o poder de perdoar os pecados em nome da Santíssima Trindade. O papa, o bispo e os padres também se confessam.
Na próxima quarta-feira, dia 30 de março, teremos na Capela Santo Antonio as confissões preparatórias para a Páscoa. É uma oportunidade única que é oferecida para nossos paroquianos. Seremos oito padres atendendo as confissões, das 20h às 22h. Não deixem de aproveitar desse momento de graça que Deus nos concede através da Igreja. Antes, na missa das 18h30, também na Capela Santo Antonio, estaremos implorando de Deus a graça da conversão, esforçando-nos para fazer uma confissão sincera de nossos pecados e omissões. Uns quinze minutos antes das confissões, faremos um exame de consciência comunitário, ajudando-nos a bem  prepararmos para a confissão.      

Campanha da Fraternidade 2011

Neste ano a Campanha da Fraternidade tem por tema: "Fraternidade e a Vida no Planeta" e por lema: "A criação geme em dores de parto", retirado da Carta de São Paulo aos Romanos. Seu objetivo é: "Contribuir para a conscientização das comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas, e motivá-los a participar dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta".

Em nossa paróquia estamos estudando, nas reuniões em família, o livreto preparado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil sobre o assunto. Na catequese, os catequistas estão motivando as crianças, os adolescentes e os jovens sobre o assunto da Campanha da Fraternidade. Na Matriz e nas Capelas estão expostos banners e cartazes sobre a Campanha da Fraternidade. Nas homilias o padre fala também sobre o assunto, procurando motivar as pessoas para ações concretas na defesa do planeta.

O cartaz da campanha apresenta dois planos. No fundo há uma fábrica que solta fumaça, poluindo e degradando o ambiente e deixando o céu acinzentado. Em baixo está um rio com água suja, mostrando a natureza devastada, de onde resultam as enchentes, o aumento do nível do mar e os tsunamis. Em primeiro plano há uma mureta que mostra que, apesar da devastação, ainda há vida. Um broto e um cipreste com as raízes incrustadas e uma borboleta testemunham que ainda existe esperança.

A Campanha da Fraternidade começou na quarta-feira de cinzas e acaba no Domingo de Ramos, com a coleta em favor de entidades que trabalham para fazer com que a vida exista plenamente em nosso planeta. Na paróquia iremos ainda falar sobre a Campanha da Fraternidade na procissão da Sexta-feira Santa, quando faremos uma grande Via-Sacra, saindo da Capela N. Sra. Aparecida, no Bairro Popular, e vindo até a Capela Santo Antonio. Faremos uma comparaçao entre os sofrimentos de Jesus e os sofrimentos hoje causados pelo nosso desrespeito à natureza, que cobra um preço muito alto de todos.

Hoje à noite estaremos celebrando a missa festiva de São José, no Sítio Limoeiro, às 20h. São José, carpinteiro e pai adotivo de Jesus, é o patrono das famílias e dos trabalhadores. Que São José interceda junto a Deus por todos os que levam o seu nome e o tem por padroeiro.

Quaresma II

A Quaresma engloba quarenta dias de preparação para a Semana Santa, contendo cinco domingos. Ela inicia-se na Quarta-feira de Cinzas, onde o Evangelho convida-nos para participarmos deste tempo de penitência, através do jejum, da maior intensidade na oração e da solidariedade com os menos favorecidos, notadamente por meio das esmolas. As Cinzas demonstram a humildade para acolhermos a Palavra de Deus e o compromisso de vivenciá-la de forma mais intensa neste período litúrgico.
O primeiro Domingo da Quaresma traz para nós o convite para vencermos as tentações, baseado nas tentações que o demônio fez a Jesus. Precisamos superar as  tentações do poder, do ter cada vez mais e do orgulho em querer ser mais que os outros. A proposta da Quaresma é ajudar-nos a vencer as tentações normais de qualquer ser humano e que também atingiram Jesus enquanto homem.
O segundo Domingo da Quaresma mostra-nos a Transfiguração de Jesus no Monte Tabor, diante de três apóstolos, Pedro, João e Tiago, e na qual aparecem conversando com Jesus Moisés e Elias. Moisés e Elias representavam a Lei e os Profetas do Antigo Testamento. Os três apóstolos representavam o Novo Testamento. Jesus é o centro da Bíblia Sagrada, e na Transfiguração deu uma prova da sua divindade.
No terceiro Domingo da Quaresma o centro da Liturgia da Palavra é o Evangelho da Samaritana. Jesus que se aproxima do Poço de Jacó e dialoga com a mulher samaritana para quem pede de beber. Diante da argumentação que os judeus e samaritanos não se davam, Jesus mostra que ele tem poder de dar a água com a qual não se sentirá mais sede, afirmando que ele é o Messias, o Salvador esperado, a água viva para todos.
No quarto Domingo da Quaresma meditamos o Evangelho da cura do cego de nascença. Em Jericó, Jesus, em dia de sábado, liberta a cegueira daquele homem que deposita sua fé nele e vai se lavar na piscina de Siloé. Jesus é quem nos liberta de todas as cegueiras da vida, sendo luz para nossa caminhada. Sempre quando Jesus realiza algum milagre, ele o faz para que as pessoas creiam que ele é o Filho de Deus.
O Evangelho do quinto Domingo da Quaresma tem por tema Jesus que ressuscita seu amigo Lázaro, irmão de Marta e Maria. A ressurreição de Lázaro já é uma antevisão da ressurreição de Jesus, ponto máximo da Semana Santa e principal mistério da nossa crença. Que o tempo da Quaresma ajude-nos, realmente, a bem nos prepararmos para a Páscoa, passando de uma vida de pecados  para uma vida na graça de Deus!

Quaresma

O tempo litúrgico da quaresma recorda, entre outros, os quarenta anos em que o povo judeu andou errante a caminho da Terra Prometida e o período de quarenta dias em que Jesus rezou e jejuou e é uma ocasiao oportuna para bem nos prepararmos para a maior festa cristã, a festa da Páscoa que celebra a passagem de Jesus da morte para a ressurreição, que é o principal mistério de nossa fé.

A quaresma apresenta-nos quatro palavras de ordem: oração, jejum, esmola e penitência. Neste tempo somos chamados a rezar mais e melhor. Precisamos intensificar nossos momentos de intimidade com Deus, rezando ao amanhecer, durante o dia e antes de adormecermos, além de participarmos mais vezes das missas e de outras orações comunitárias, como a Via-Sacra e a recitação do terço de Nossa Senhora.

O jejum é bom até para nossa saúde física, mas o fato de ficarmos somente com uma alimentação simples, sem qualquer exagero, nos ajuda a entrar na ótica de Deus. O jejum mais difícil e o mais agradável a Deus é o jejum da língua, ficando sem falar mal dos outros e sem ofender por palavras pessoas que caminham ao nosso lado, na família, na escola, no trabalho ou na comunidade.

A quaresma nos impulsiona a ser solidários com os mais necessitados. A esmola leva-nos a sair de nós mesmos e do nosso egoísmo e a repartir o que somos e o que temos com os menos favorecidos, ajudando os pobres e as entidades sociais que amenizam o sofrimento de crianças, doentes, drogados e idosos, entre outros.A esmola não pode levar-nos a atitudes paternalistas, mas a colaborar para que as pessoas encontrem outras saídas para a própria situação.

A penitência quaresmal nos ajuda a descobrir defeitos e pecados e a fazer ações concretas que nos levem a mortificar nossos corpos para nos purificar diante de Deus, reconhecendo fraquezas e omissões. Todos precisamos de mudança de vida, de conversão, abandonando o pecado e o erro e trilhando o caminho da santidade, que nos aproxima cada vez mais de Jesus Cristo, aquele que por amor entregou a própria vida pela nossa salvação.

Quando se é feliz?

Você é feliz quando procura promover o bem-estar daqueles que estão ao seu lado, sendo pobre em espírito. Atenção, nós nunca devemos ser pobres de espírito, mas, ao contrário, sermos pessoas ricas de espírito. O pobre em espírito, mesmo se rico, reparte o pão que tem com seu vizinho, sendo sensível à necessidades dos outros. A pobreza material não é um bem que deve ser desejado, mas uma denúncia para que seja repartida a riqueza de alguns com os que nada ou pouco tem.

Você é feliz quando é uma pessoa educada, amável e respeitosa para com todos que vivem ao seu lado. Quando você luta contra o mal que massacra as pessoas, sempre se preocupando com os outros em situações piores que a sua. Quando você desmascara as tramas e desarma as ciladas dos que querem utilizar as pessoas, fazendo-as de trampolim para subir na vida ou, pior ainda, reduzindo-as a coisas. É necessário que você denuncie as injustiças e que também se pergunte se você é elemento de opressão para os que caminham a sua volta.

Você é feliz quando ama seus irmãos e suas irmãs como eles ou elas são, sem querer favores em troca. Deus é o primeiro que nos amou e, apesar de nossas faltas e omissões, continua nos amando e nos incentivando para abrirmos, com sinceridade, nosso coração para ele agir em nós. Se formos falsos, não poderemos testemunhar a pureza de agir. Ninguém encontra a felicidade baseado em falcatruas ou mentiras, pois, uma hora, a casa cai e a verdade vem à tona.

Você é feliz quando promove a paz. Mas para isso é preciso que você seja uma pessoa de paz: apontando tudo o que rompe a paz e se empenhando para construí-la, sem desejos de vingança e sem violências e até enfrentando perseguições por denunciar as injustiças e o jogo dos poderosos do dia. Nessa situação, devemos nos alegrar, pois mesmo se somos atacados, caluniados ou se falarem mal de nós, estamos seguindo os caminhos de Jesus. Ele nos convida a não desanimarmos e nem nos acomodarmos.

Em agindo dessas maneiras, Deus nos recompensará, pois estamos cumprindo as Bem-Aventuranças ensinadas por Jesus, o nosso Deus que se fez nosso irmão. Elas são pistas para que cada um de nós, praticando-as, encontremos a felicidade suprema, que é o próprio Deus, que nos criou para amá-lo e servi-lo nesta vida e, depois, gozarmos da presença dele na vida futura, prometida por Jesus para todos os que em vida se esforçam para ser sinal da sua misericórdia entre as demais pessoas.

Atos dos Apóstolos

O livro da Bíblia chamado Atos dos Apóstolos não corresponde ao nome, pois não nos fala sobre os doze discípulos de Jesus, mas somente sobre alguns deles, especialmente Pedro e Paulo. Pelo conteúdo, o nome mais correto seria Atos de Apóstolos. O livro contém 28 capítulos, começando com a Ascensão de Jesus e terminando com Paulo em Roma. Quanto ao seu autor, há convergência de que seja Lucas, cristão da segunda geração, médico, admirador e discípulo de Paulo e autor do terceiro Evangelho. No Novo Testamento, somente os Atos e o terceiro Evangelho são precedidos de um pequeno prólogo, onde são especificados os objetivos, o método e a finalidade do escrito.

Os Atos dos Apóstolos se enquadram no gênero literário da história religiosa com objetivo teológico-espiritual. Além das partes narrativas, o livro contém discursos que ocupam 1/3 da obra e têm unidade de estrutura e de tema, adequação às situações onde foram pronunciados e aos seus principais personagens, especificamente Pedro, Estevão e Paulo. Os Atos dos Apóstolos teriam sido escritos por volta dos anos 80/85. A forma literária utilizada por Lucas tem três elementos claros: trechos narrativos, discursos (Pedro, Paulo, Estevão) e esquemas de resumo. A narração constitui a parte sólida dos Atos. Os discursos a interpretação dos episódios. Os resumos são as passagens de ligação de um elemento para o outro.

Três grandes temas permeiam os Atos dos Apóstolos: o programa do Reino de Deus, a salvação de Deus que se dirige a todos, inclusive os pagãos, e o espírito missionário que faz crescer a comunidade. A narração dos Atos abrange o período aproximado dos anos 30 a 60 d.C.. A história é ambientada na Palestina e regiões vizinhas da Síria e Fenícia e depois fora do Oriente Médio, nos centros urbanos dos Mares Egeu e Mediterrâneo: Éfeso, Tessalônica e Corinto. Na parte final, o ambiente se passa em Roma. Precisa-se ter claro que a Palestina era dominada pelo Império Romano e que as grandes questões religiosas eram julgadas, em Jerusalém, pelo Sinédrio, composto de 71 membros e chefiado pelo sumo sacerdote.

Durante a vida pública de Jesus e até a morte de Estevão, impera em Roma Tibério, sucessor de Augusto. Depois vem por quatro anos Calígula, o louco que dilapidou o tesouro imperial, quis ser honrado como deus e divinizou o próprio cavalo. Cláudio foi sucessor de Calígula, coincidindo seu período de imperador com as duas primeiras viagens de Paulo, com o Concílio de Jerusalém e o assassinato do apóstolo Tiago. Nero substitui Cláudio imperando por 14 anos, justamente na época em Paulo chega a Roma para o processo. Sob o império de Nero é que Pedro é crucificado e Paulo decapitado. Depois de Nero vem Vespasiano que impera por 10 anos, seguindo Tito e Domiciano, sendo que este se proclama “senhor e deus” e executa filósofos, judeus e cristãos, sendo ele mesmo assassinado.

Festa de Nossa Senhora de Lourdes


Inicio esta coluna saudando leitores, colaboradores e diretores de O Semanário Regional. Quero hoje prosear com vocês sobre a festa de Nossa Senhora de Lourdes, madroeira da paróquia e da cidade de Rafard. Este título mariano contempla as aparições de Nossa Senhora, na hoje cidade de Lourdes, no sul da Franca. A Virgem Maria apareceu dezoito vezes a Bernadete Soubirous e se revelou como a Imaculada Conceição, trazendo apelos de mais oração na vida das pessoas, de conversão e de penitencia.
Em nossa paróquia iniciaremos hoje, dia 4, sexta-feira, os festejos sociais da madroeira com a tradicional quermesse. O mesmo acontecera amanha, sábado, e no domingo, no qual também teremos o almoço.  A parte social continuara na próxima semana, com quermesse na quinta, sexta e sábado. No domingo, dia 13, teremos o leilão às 10h e o almoço de encerramento da festa. Para o próximo final de semana, a grande novidade será a climatização de nosso salão paroquial. Espero que nos sintamos bem usufruindo este investimento necessário.
A festa religiosa terá um tríduo preparatório, cada dia em uma das três Comunidades urbanas de nossa cidade. O primeiro dia será na Capela N. Sra. Aparecida, no Bairro Popular, com o tema sobre os Dogmas Marianos. O segundo dia será na Capela Santo Antônio com o tema os Títulos de Nossa Senhora. O terceiro dia na Matriz falando sobre a devoção a Nossa Senhora de Lourdes, com o histórico de suas aparições. Nos três dias teremos, as 18h30, carreata com a imagem da madroeira, depois terço e, as 19h30, missa festiva.
A festa será na sexta-feira, dia 11, iniciando às 8h, na Matriz, com a meditação sobre as grandes dores de Nossa Senhora. Depois, as 8h30, teremos o café comunitário. Todos são convidados a partilhar juntos de momentos de confraternização em nosso salão. As 10h30 estão marcados batizados. Os interessados em batizar o filho ou a filha procurem a Secretaria Paroquial. As 18h teremos a coroação da imagem da madroeira e a procissão, onde meditaremos sobre as alegrias de Nossa Senhora, concluindo com a missa solene.
Na festa da mãe ninguém pode se omitir. Conversem com seus familiares e amigos e participem juntos dos festejos de Nossa Senhora de Lourdes.  Vamos fazer o melhor que pudermos para que a festa seja muito boa. Participemos da programação religiosa na qual teremos uma catequese atualizada sobre o culto mariano. Participemos dos festejos sociais colaborando com a paróquia, que quer oferecer melhores condições para o povo participar ativamente de suas programações. Que N. Sra. de Lourdes interceda a Deus por todos nós.

Um pouco mais sobre a Festa de Nossa Senhora de Lourdes

Hoje quero ainda prosear com vocês sobre a Festa da Madroeira, Nossa Senhora de Lourdes, que celebramos alegremente neste dia. A mãe de Jesus e nossa mãe apareceu, no sul da França, dezoito vezes a uma adolescente chamada Bernadete Soubirous. Inicialmente muitas pessoas inclusive padres e bispos, não acreditaram nessas aparições, mas com o tempo e vendo os resultados benéficos, principalmente na cura dos doentes, as pessoas foram ficando mais crentes na graça que Deus opera através da mãe de seu Filho.
Em nossa Paróquia realizamos o tríduo preparatório, cada noite em um dos três templos católicos e meditamos temas relacionados à devoção mariana. Na primeira noite, na Capela Nossa Senhora Aparecida, foi falado sobre os quatro dogmas marianos: A virgindade perpétua de Nossa Senhora; a maternidade divina, a imaculada conceição de Maria e a sua Assunção aos céus. Dogma é uma verdade de fé que nós nem sempre podemos comprovar, mas nós acreditamos, como ensina a Igreja una, santa, católica e apostólica.
 
Na segunda noite, na Capela Santo Antonio, refletimos sobre os mais diferentes títulos atribuídos a Nossa Senhora. Como exemplos, os títulos de Lourdes, de Fátima, de Guadalupe, de Rainha dos Apóstolos, do Monteserrat, de Imaculada Conceição. Cada povo cultua Maria Santíssima de uma determinada maneira e segundo a própria história. O culto a Nossa Senhora Aparecida tem sua origem quando pescadores encontraram uma imagem da Imaculada Conceição enegressida pelo tempo em que ficou debaixo da água no Rio Paraíba e diante dessa pequenina imagem muitos milagres aconteceram e até hoje continuam acontecendo.

Neste dia de Nossa Senhora de Lourdes e também dia mundial de orações pelos doentes, teremos várias programações. Às 08h rezaremos em nossa Matriz refletindo sobre as sete grandes dores na vida de Nossa Senhora. Depois nos confraternizaremos com um café comunitário. Às 10h30 teremos batizados e na parte da tarde, às 18h, a coroação da imagem de Nossa Senhora de Lourdes pelo Rei e pela Rainha da Festa, seguida da procissão onde faremos sete paradas meditando as sete grandes alegrias de Nossa Senhora.

Motociclistas levarão as bandeiras do Brasil, do Estado de São Paulo e de Rafard abrindo a procissão. As mulheres receberão um botão de rosa e os homens uma vela acesa para darmos mais beleza e mais luz em nossa caminhada. Quando chegarmos em nossa Matriz teremos a Missa Solene, rezando por todo o povo rafardense e pelos devotos de Nossa Senhora de Lourdes. Durante a quermesse, às 21h45, teremos um bonito espetáculo pirotécnico homenageando nossa querida Madroeira. A quermesse continua no sábado e a festa social se encerra no domingo, dia 13, com o leilão de gado, às 10h, e o almoço no salão agora climatizado.