ATENÇÃO: Os textos abaixo são de autoria do Pe. Antônio Carlos D'Elboux. A reprodução de qualquer um deles deverá ser acompanhado da "fonte" ou "caminho" onde encontra-se o texto publicado.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Dom Aníger Melillo

Após a renúncia de Dom Ernesto de Paula como primeiro Bispo Diocesano de Piracicaba, o Papa João XXIII nomeou para sucedê-lo, em 29 de maio de 1960, o então Cônego Aníger Francisco de Maria Melillo, Pároco em Iracemápolis, na época pertencente à Arquidiocese de Campinas. Dom Aníger nasceu em Campinas, aos 27 de junho de 1911, filho do Dr. Vicente Melillo e de dona Regina Morati Melillo. Seus estudos foram feitos em Campinas e no Seminário Central do Ipiranga em São Paulo. Foi ordenado padre, na Catedral de Campinas, aos 31/12/1933, por Dom Francisco de Campos Barreto. Foi Vigário Cooperador da Matriz do Carmo em Campinas por três anos. Entre 1937 e 1940 foi Coadjutor de Mons. Manoel Francisco Rosa na antiga Matriz de Piracicaba. Foi Professor e Reitor do Seminário Diocesano de Campinas.

Sua Ordenação Episcopal aconteceu em Campinas, aos 29 de junho de 1960. O lema episcopal escolhido por Dom Aníger foi: “Omnes unum sint” (Que todos sejam um). A tomada de posse como segundo Bispo Diocesano de Piracicaba deu-se em 15 de agosto de 1960. Dom Aníger estimulou os movimentos leigos, notadamente os Focolares e os Cursilhos de Cristandade; criou a Faculdade de Serviço Social (1963), o Colégio “Comercial Imaculada Conceição” e o Cemitério Parque da Ressurreição (1971). Visitou muitas vezes os quinze municípios que compõem a Diocese de Piracicaba, animando a caminhada dos diocesanos. Reformou e ampliou as instalações da casa de campo dos seminaristas, no bairro Nova Suíça, transformando-a no novo Seminário Diocesano que, a partir de 1966, passou a abrigar o Centro Diocesano de Formação e hoje recebe os alunos do Seminario Propedeutico.

Durante o período da ditadura militar, em 21 de setembro de 1966, Dom Aníger marchou à frente das forças vivas na defesa dos princípios democráticos, em Piracicaba, e no dia seguinte, em Rio Claro. Ele também dinamizou o trabalho pastoral diocesano na linha do Plano de Emergência da CNBB. Em 1967 dividiu a Diocese em três regiões pastorais: Piracicaba, Rio Claro e Capivari. Teve a alegria de poder ordenar padre, a pedido do Cardeal Dom Agnelo Rossi, Arcebispo de São Paulo, seu próprio pai, o advogado Vicente Melillo, viuvo e com 83 anos. Dom Aníger ficou conhecido nacionalmente como “Defensor da família”, pela sua luta intransigente contra a legalização do divórcio. Pelo grande incentivo ao Movimento dos Cursilhos de Cristandade, em 1968, Dom Aníger tornou-se Diretor Espiritual do Secretariado Nacional. Em seu governo pastoral ordenou catorze padres para a Diocese e criou treze paróquias, sendo seis em Piracicaba.

Estando com saúde frágil, Dom Aníger solicitou um Bispo Auxiliar, recaindo a escolha pontifícia em Dom Eduardo Koaik, até então Bispo Auxiliar do Arcebispo do Rio de Janeiro, que assumiu, em 28 de fevereiro de 1980, como Bispo Coadjutor. Em 11 de janeiro de 1984 a Santa Sé aceitou o pedido de renúncia de Dom Aníger ao cargo de Bispo Diocesano de Piracicaba, indo ele morar em São Paulo, onde cuidava da saúde e atendia freqüentemente confissões na Catedral Metropolitana. Faleceu em 17 de abril de 1985, no Instituto do Coração, em São Paulo, aos 74 anos de idade. Seu corpo foi transportado para Piracicaba, sendo velado por uma grande multidão na Catedral de Santo Antonio, em cuja cripta foi sepultado, após a Missa Exequial presidida por Dom Paulo Evaristo Arns, Cardeal-Arcebispo de São Paulo, e concelebrada por muitos Bispos e Padres. Dom Aniger e nome de uma escola estadual em Piracicaba, no Bairro Bosques do Lenheiro, e de ruas em varias cidades da Diocese de Piracicaba.

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